Localizada na Margem Equatorial, a Bacia Potiguar integra uma faixa de mais de 2,2 mil km que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá.
Por Rafael Nicácio
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• Tempo de leitura: 3 min
Resumo da Notícia
- Terceiro poço em águas profundas da Bacia Potiguar será o Mãe Ouro, a 52 km da costa.
- Poços Pitu Oeste e Anhangá seguem em análise de viabilidade técnico-comercial.
- Levantamentos sísmicos indicam forte potencial de descoberta de petróleo na área.
- Margem Equatorial é considerada nova fronteira exploratória brasileira.
- Petrobras retoma protagonismo no RN após encerrar operações terrestres em 2023.
O governo do Rio Grande do Norte anunciou que a Petrobras irá iniciar a perfuração de um terceiro poço exploratório em águas profundas na Bacia Potiguar, ampliando a presença da companhia na Margem Equatorial. O comunicado foi feito após reunião entre a governadora Fátima Bezerra e a presidente da estatal, Magda Chambriard, acompanhada de diretores da empresa.
O novo poço, batizado de Mãe Ouro, será perfurado a cerca de 52 km da costa potiguar, em uma profundidade superior a 2 mil metros. A expectativa é que a sonda seja posicionada no local em janeiro, após a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para transferência.
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Segundo informações repassadas ao governo estadual, os levantamentos sísmicos indicam forte potencial de descoberta de petróleo na área, o que poderia viabilizar a criação de um cluster offshore — arranjo produtivo localizado fora da costa, reunindo diversas atividades ligadas à exploração e produção.
A governadora destacou que “a perfuração desse terceiro poço sinaliza o compromisso da companhia em desenvolver a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial, trazendo grande potencial de desenvolvimento econômico para o Rio Grande do Norte, com geração de emprego e renda para o nosso povo”.
Continuidade das operações na Margem Equatorial
O Mãe Ouro se soma aos poços Pitu Oeste e Anhangá, já perfurados na mesma região, nos blocos BM-POT-17 e POT-M-762. Ambos passam por análises de viabilidade técnico-comercial e integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
No caso de Pitu Oeste, perfurado em janeiro de 2024, a Petrobras confirmou a presença de hidrocarboneto em águas profundas, a 52 km da costa, mas ainda sem definição sobre a viabilidade econômica. Já o poço Anhangá, descoberto em abril do mesmo ano, apresentou acumulação de petróleo a 2.196 metros de profundidade e 79 km da costa potiguar, próximo à divisa com o Ceará.
A distância entre Pitu Oeste e Anhangá é de aproximadamente 24 km, e as avaliações continuam para determinar o potencial de exploração conjunta.
Importância estratégica da Bacia Potiguar
Localizada na Margem Equatorial, a Bacia Potiguar integra uma faixa de mais de 2,2 mil km que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) considera a região uma nova fronteira exploratória em águas profundas e ultraprofundas, com comparações ao potencial do pré-sal.
Além da Bacia Potiguar, essa margem abriga as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas e Ceará. Especialistas apontam que a área pode conter reservas significativas de petróleo, mas há ressalvas de ambientalistas, que alertam para riscos de impactos ambientais sobre ecossistemas sensíveis, especialmente próximos ao território amazônico.
A movimentação da Petrobras no estado marca uma guinada em relação à decisão tomada em 2023, quando a empresa encerrou suas operações em campos terrestres no RN e vendeu ativos, incluindo a refinaria Clara Camarão. Poucos meses depois, a companhia reabriu a sede local e anunciou a instalação de um centro especializado em energia renovável em Natal, reforçando a presença no território potiguar.
Além da exploração offshore, a visita da presidente Magda Chambriard ao estado, prevista para outubro, deve abrir discussões sobre novos investimentos e parcerias estratégicas para o setor de petróleo e gás.
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